O presidente Lula adiou a volta a Brasília. Ele passou a virada do ano no Rio de Janeiro e tem algumas pendências para resolver no retorno à Brasília. O presidente tem que definir um substituto para Flávio Dino no Ministério da Justiça e ainda lidar com o Congresso Nacional, depois que o governo anunciou uma medida provisória que propõe retomar a tributação da folha de pagamento dos 17 setores que mais empregam no país.
Mesmo com o Legislativo e o Judiciário em recesso neste mês de janeiro, o petista precisará tratar em breve de temas importantes, como a escolha do substituto do ministro da Justiça, Flávio Dino, o ato simbólico no Congresso contra os ataques golpistas de 8 de janeiro, uma possível reforma ministerial e a negociação de pautas econômicas. A expectativa entre auxiliares de Lula é que ele não tenha reuniões de trabalho no Planalto esta semana.
Na próxima segunda-feira, os ataques antidemocráticos do 8 de janeiro completarão um ano. Neste contexto, Lula fará um evento com o objetivo de, segundo o próprio, “lembrar o povo que houve uma tentativa de golpe, que foi debelado pela democracia deste país”. O ato contará com a presença de governadores, parlamentares e empresários.
Como noticiou a colunista Miriam Leitão, o ministro da Justiça Flávio Dino ficará na pasta até o dia 8, justamente para participar deste evento. Escolhido para o Supremo Tribunal Federal (STF), Dino deve tomar posse em fevereiro, mas seu substituto deve ser anunciado logo após sua saída. Um dos favoritos para ocupar o posto é o ex-ministro do STF Ricardo Lewandowski, apesar de o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), já ter afirmado que o ex-magistrado estaria fora do páreo.
Até agora, Lewandowski ainda não se pronunciou publicamente sobre a possibilidade de virar ministro de Lula, responsável por sua indicação ao Supremo em 2006, durante o primeiro mandato do petista. Ele já sinalizou, no entanto, que não abre mão da autonomia de escolher a própria equipe caso assuma a pasta.
O secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli, também é cotado para assumir o cargo. Questionado sobre a possibilidade, o número dois de Dino afirmou no ultimo dia 26 que continua trabalhando normalmente e que Lula “sabe tomar as decisões no momento que achar mais adequado”.
— Recebemos uma missão do presidente Lula de auxiliar a estabilização da democracia no Brasil e enfrentar a questão da segurança pública. Com a aprovação da ida de Dino para o STF, surgem especulações, mas o trabalho não para — disse em entrevista à Globo News.
A indicação de Dino ao STF, as eleições municipais e insatisfações com integrantes do primeiro escalão do governo também pressionam o presidente Lula a antecipar as discussões sobre uma possível reforma ministerial, já no início de 2024. Entretanto, a possibilidade parece ter esfriado, ao menos por enquanto.
Na lista de ministros que poderiam cair estão Luciana Santos (Ciência e Tecnologia), Juscelino Filho (Comunicações), Wellington Dias (Desenvolvimento Social), Silvio Almeida (Direitos Humanos), José Múcio (Defesa), Rui Costa (Casa Civil) e Marcio Macêdo (Secretaria-geral). Segundo auxiliares próximos ao petista, um dos planos de Lula é encontrar um lugar na Esplanada para a atual comandante do PT, a deputada Gleisi Hoffmann (PR).