O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, está rindo à toa com as pesquisas eleitorais que mostram Michelle Bolsonaro muito bem colocada nas intenções de voto contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em uma hipotética disputa em 2026.
No levantamento da Genial/Quaest divulgada nesta segunda-feira, por exemplo, mostra que Michelle teria 33% dos votos e iria para um segundo turno com Lula, que teria 47%. É mais até do que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que aparece com 28% da preferência.
O dado é tão promissor quanto o das pesquisas internas do PL, em que Michelle aparece até empatada com o presidente da República, conforme informou a colunista Bela Megale.
A ex-primeira-dama também sai na frente quando a Quaest pergunta quem seria melhor para enfrentar Lula em 2026, caso Bolsonaro não possa concorrer. Para 28% dos entrevistados, ela é a melhor opção, contra os 24% conseguidos pelo governador de São Paulo. Considerando apenas os eleitores de Bolsonaro, a performance de Michelle é ainda melhor – 41% contra 33% de Tarcísio.
Ainda assim, nem Valdemar nem Bolsonaro querem saber de discutir uma candidatura presidencial de Michelle neste momento. O motivo: ambos ainda alimentam a esperança de que Bolsonaro, inelegível até 2030, recupere seus direitos políticos até lá. Nesse caso, obviamente, seria ele mesmo o candidato do PL e da direita contra Lula.
“As chances de ele conseguir são mínimas e quase ninguém no partido acredita que seja possível, mas Valdemar e Bolsonaro acreditam, então por ora não se fala em candidatura de Michelle ou de Tarcísio para valer”, diz um interlocutor muito próximo do ex-presidente da República.
Como o GLOBO noticiou, Valdemar tem procurado os candidatos a presidência da Câmara e do Senado para condicionar o apoio do PL à disposição de encampar um projeto de lei que dê anistia a Bolsonaro e permita que ele se candidate em 2026.
As conversas ainda estão em um estágio inicial, mas o presidente do PL tem se demonstrado empolgado nos bastidores.
Esperança no STF
Outra esperança que Valdemar e Bolsonaro também alimentam é a de conseguir tirar os processos contra o ex-presidente da jurisdição do Supremo Tribunal Federal (STF) e portanto das mãos de Alexandre de Moraes. No momento há dois pedidos parados no gabinete do presidente do STF, Luís Roberto Barroso.
No entorno de Bolsonaro, essa é considerada uma possibilidade ainda mais remota do que a anistia. Mesmo assim, a esta altura, ninguém descarta nenhuma hipótese.
“A gente também já acreditou que Lula nunca mais voltaria a se candidatar e ele conseguiu, então ninguém no PL vai dizer a Bolsonaro para não continuar tentando”, diz um aliado de primeira hora do ex-presidente.
Enquanto houver alguma chance de Bolsonaro recuperar os direitos políticos, o PL vai continuar patrocinando suas andanças pelo Brasil e estimulando os seguidores do ex-presidente a acreditar que ele ainda pode voltar em 2026.
Até quando essa estratégia continua, só o próprio Bolsonaro sabe. “Só ele sabe até quando vai manter essa esperança viva. E se ele tiver que sair da briga, é ele também quem vai decidir quem assume seu lugar. Mais ninguém”, diz um integrante da cúpula do PL. (O Globo)