Durante discurso em evento organizado pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o ministro da Economia Paulo Guedes pediu para que empresários da cadeia de abastecimento alimentar deem “um freio na alta de preços” para conter a inflação do país. O ministro também falou que uma nova tabela de valores seja atualizada apenas em 2023.
“Eu encerro reforçando o pedido, que é o seguinte: agora é hora de dar um freio nessa alta de preços. É voluntário, e para o bem do Brasil. Da mesma forma que os governadores têm que colocar a mão no bolso e ajudar o Brasil, o empresariado brasileiro tem que entender o seguinte: devagar agora um pouco porque a gente tem que quebrar essa cadeia inflacionária”, disse Guedes no 2º Fórum da Cadeia Nacional de Abastecimento.
Além disso, Guedes também afirmou que o Brasil será o primeiro país a sair da crise inflacionária que assola o mundo. “A conversa é a seguinte: ICMS, IPI, nós reduzimos, então ao longo da cadeia, trégua. Nova tabela de preços só em 2023. Trava os preços. Vamos parar de aumentar os preços por 2 ou 3 meses. Estamos uma hora decisiva para o Brasil”, conclamou o ministro.
Os apelos de Paulo Guedes para que os supermercados congelem os preços repercutiram rapidamente em vários setores do Brasil. Nas redes, os internautas logo lembraram do ex-presidente Sarney (1985-1990) que, durante o seu governo congelou os preços por tempo indeterminado e trocou todo o dinheiro em circulação em cruzeiros por uma nova moeda, o cruzado.
O Plano Cruzado tinha como objetivo acabar com essa inflação inercial e criar bases para investimentos na produção e criar um novo ciclo de desenvolvimento. No entanto, o plano foi um fracasso, a inflação disparou e, em fevereiro de 1987, já estava no mesmo patamar de fevereiro de 1986. Até hoje, o Plano Cruzado é considerado um dos maiores fracassos de políticas econômicas no Brasil.
Assim como deseja Paulo Guedes, o Plano Cruzado anunciado por Sarney tinha ambições eleitorais. Deu certo: o PMDB, partido de Sarney, elegeu quase todos os governadores e fez maioria no Congresso Nacional.
Logo após as eleições, em novembro, o governo Sarney anunciou o Plano Cruzado II. Os preços foram reajustados em 12% e o fim do congelamento dos preços deu origem a uma corrida de remarcações para “tirar o atraso”. Com informações da Fórum
Uma resposta
Sejamos justo né, John? Com Sarney era a lei; com Bolsonaro é pedido, afinal pedir não ofende, além do que todo esforço de contenção inflacionária depende de todos nós.