O Globo – Há três meses negociando com Lula (PT) pela nomeação do deputado André Fufuca (MA) no primeiro escalão do governo, o Progressistas (PP) havia retirado parlamentares da oposição da CPI do MST. Diante da demora na reforma ministerial, o partido integra o acordo costurado com líderes da Casa para que a oposição volte a ter maioria no colegiado.
Neste contexto, Átila Lira (PP-PI) e Mário Negromonte (PP-BA) saem da comissão para que os apoiadores de Jair Bolsonaro (PL), Coronel Meira (PL-PE) e Clarissa Tércio (PP-PE) voltem aos seus postos originais.
No início dos trabalhos da CPI, o PP e o Patriota haviam cedidos duas cadeiras ao PL para que Meira e Magda Mofatto (GO) integrassem a comissão. O acordo foi costurado em maio entre os líderes dos partidos com a bancada ruralista, que solicitou publicamente a retomada dos parlamentares.
— Eu estava na vaga do PP em virtude de que fui convocado pela FPA e Pedro Lupion nos convocou pela falta de deputados do Nordeste no colegiado. Estamos no aguardo para que retornemos oficialmente na semana que vem — disse Coronel Meira ao GLOBO.
Há duas semanas, por intervenção do governo federal, sete deputados foram retirados da CPI do MST, fazendo com que a oposição tivesse minoria pela primeira vez. Além da volta dos deputados do PP e PL, a reportagem apurou que as duas cadeiras do União Brasil não serão modificadas. No entanto, os titulares Damião Feliciano (PB) e Gaguim (TO), deixarão de votar para que a suplência oposicionista, Coronel Assis (MT) e Coronel Ulysses (AC), assuma o papel decisivo.
A manobra vem em boa hora: a expectativa é de que o relator Ricardo Salles (PL-SP) apresente o relatório final na semana do dia 4 de setembro. O prazo limite dos trabalhos termina no próximo dia 14, já que uma possível prorrogação foi descartada, à princípio, pelos membros.
Como noticiou o GLOBO, a demora na reforma ministerial tem causado turbulência internamente no PP. Fufuca chegou a ser anunciado como ministro por Alexandre Padilha e, por isso, o seu licenciamento da liderança na Câmara é dado como certo e seu cargo tem sido pleiteado por outros parlamentares.
Como antecipou Lauro Jardim, a expectativa é de que Fufuca ocupe o Ministério do Desenvolvimento Social, após o desmembramento do Bolsa Família da pasta.
Republicanos indefinido
Também em negociações com o governo, o Republicanos deixou apenas o presidente da CPI, Tenente-Coronel Zucco (RS) no colegiado. Desde que o titular Messias Donato (ES) e o suplente Diego Garcia (PR) foram destituídos da comissão, o partido contribuiu para o esvaziamento e sequer substituiu as cadeiras no colegiado. Agora, com o retorno dos removidos, o partido também não dá certeza se participará do acordo feito com as lideranças da Casa para que a oposição volte a ser maioria.