• Setenta e seis toneladas de ácido sulfúrico caíram no rio Tocantins com queda de ponte no MA

    A imagem mostra uma vista aérea de um rio com águas calmas, cercado por vegetação e rochas. À esquerda, há uma ponte que atravessa o rio, enquanto à direita, a margem é composta por areia e pedras. Pequenas ondas são visíveis na superfície da água. Vista aérea da ponte Juscelino Kubitscheck de Oliveira, que liga Aguiarnopólis (TO) e Estreito (MA), após estrutura ceder na manhã do domingo (22) – Reprodução/Vshenrique no Instagram

    A ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento) informou nesta segunda-feira (23) que 76 toneladas de ácido sulfúrico e 22 mil litros de defensivos agrícolas caíram no rio Tocantins após o desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, entre Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA), no domingo (22).

    As cargas de ácido sulfúrico estavam em dois caminhões e os defensivos agrícolas em um terceiro. Os veículos desabaram e os motoristas estão entre os desaparecidos.

    De acordo com a ANA, 19 municípios podem ter sido impactados pela contaminação do rio. Eles estão localizados abaixo do local do acidente, até o encontro com o rio Araguaia.

    Onze deles são de Tocantins: Aguiarnópolis, Carrasco Bonito, Cidelândia, Esperantina, Itaguatins, Maurilândia do Tocantins, Praia Norte, Sampaio, São Miguel do Tocantins, São Sebastião do Tocantins e Tocantinópolis.

    Os outros oito são do Maranhão: Campestre do Maranhão, Estreito, Governador Edison Lobão, Imperatriz, Porto Franco, Ribamar Fiquene, São Pedro da Água Branca e Vila Nova dos Martírios.

    A agência acompanha a qualidade da água em articulação com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais do Maranhão para coleta de amostras do rio em cinco pontos, desde a barragem da usina hidrelétrica de Estreito até o município de Imperatriz.

    Os parâmetros básicos de qualidade da água no trecho do rio serão analisados nesta terça (24). A ANA destaca que o ácido sulfúrico é um produto químico corrosivo.

    A agência pediu o apoio da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) para analisar as amostras coletadas e determinar parâmetros mais complexos relacionados ao derramamento de defensivos agrícolas.

    Os governos do Tocantins e do Maranhão alertaram a população dos municípios afetados para que evite contato direto com a água do rio, incluindo banhos e consumo. Prefeituras de cidades impactadas também divulgaram alertas em relação aos riscos.

    Em Imperatriz (a 630 km de São Luís), a captação de água do rio Tocantins foi suspensa, o que gerou uma corrida aos supermercados, depósitos de bebidas e revendedoras de água mineral na cidade, com filas nos estabelecimentos.

    A região central é a mais impactada pela medida. A prefeitura formou uma força-tarefa para garantir o abastecimento em hospitais e outras unidades de saúde. Os 49 poços artesianos da cidade seguem funcionando normalmente.

    Órgãos envolvidos nas buscas das vítimas da queda contabilizam uma morte confirmada e 16 pessoas desaparecidas.

    A morte confirmada é de Lorena Rodrigues Ribeiro, 25. Jairo Silva Rodrigues, 36, foi resgatado com vida, com uma fratura na perna, e levado ao hospital por pessoas que estavam próximas no momento do acidente.

    Até o momento, as buscas são realizadas de maneira superficial, sem mergulhadores, devido ao risco de contaminação. (Folha de SP)

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