• Bolsonaro volta a atacar PF e Alexandre de Moraes ao comentar inquérito que apontou tentativa de golpe

    O ex-presidente Jair Bolsonaro comentou, neste sábado, o inquérito da Polícia Federal que apura uma tentativa de golpe após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva, no qual foi indiciado. Em uma live no perfil do ex-ministro do Turismo de seu governo, Gilson Machado, o político ironizou as investigações, que chamou de “chifre em cabeça de cavalo” e afirmou que as prisões de militares esta semana foram injustas.

    — Uma coisa absurda essa história do golpe. Vai dar golpe com um general da reserva e quatro oficiais superiores? Pelo amor de Deus. Quem estava coordenando isso? Cadê a tropa? Cadê as Forças Armadas? Não fique botando chifre em cabeça de cavalo. (…) Golpe agora não se dá mais com tanque agora, se dá com táxi. E parece que o sequestro não saiu porque não tinha táxi na hora. É uma piada essa PF do Alexandre de Moraes — afirmou Bolsonaro, que está em São Miguel dos Milagres (AL) a convite do ex-ministro e andou pelas ruas da cidade neste sábado.

    O ex-gestor público criticou ainda as prisões dos quatro militares nesta terça-feira, que estavam envolvidos na trama. Na terça-feira, foram presos o general da reserva Mário Fernandes, e os tenentes-coronéis Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira, Rodrigo Bezerra de Azevedo, integrantes dos “Kids pretos” — membros das Forças Especiais. Além dos militares, o policial federal Wladimir Matos Soares também foi detido.

    Bolsonaro e outras 36 pessoas, a maioria militares, foram indiciados pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado democrático de direito e organização criminosa. Na live, ele também criticou a prisão de quatro militares envolvidos na mesma trama. Na terça-feira, foram presos o general da reserva Mário Fernandes, e os tenentes-coronéis Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira, Rodrigo Bezerra de Azevedo, integrantes dos “Kids pretos” — membros das Forças Especiais. Além dos militares, o policial federal Wladimir Matos Soares também foi detido.

    — Esses que estão sendo presos injustamente agora, de forma preventiva Não encontra um só respaldo da lei que fala da preventiva para prender esses quatro oficiais — disse o ex-presidente, que também tratou de outros temas na live, como a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos, o jogo do Palmeiras contra o Atlético Goianiense e sua derrota nas urnas no Nordeste no último pleito.

    Bolsonaro afirmou ainda que as acusações de golpe de Estado pela Polícia Federal são absurdas, chamou de piada “essa PF criativa do Alexandre de Moraes” e novamente se referiu ao ministro do STF como ditador.

    “É uma coisa absurda essa história do golpe. Vai dar golpe com um general da reserva e quatro oficiais superiores? Pelo amor de Deus. Quem estava coordenando isso? Cadê a tropa? Cadê as Forças Armadas? Poxa, pelo amor de Deus. Não fique botando chifre em cabeça de cavalo”, declarou.

    Bolsonaro fez as declarações durante visita a São Miguel dos Milagres (AL), cidade pela qual caminhou neste sábado a convite do ex-ministro. Na live, ele também respondeu a perguntas de seus apoiadores sobre outros temas, como futebol e a vitória de Donald Trump na eleição presidencial dos Estados Unidos.

    “O Trump é o homem que tem a liberdade de expressão acima de tudo. Isso é muito bom para nós, que no Brasil estamos perdendo a liberdade de expressão. A ditadura se faz presente aqui. Não é o chefe do Executivo nem do Legislativo, é uma pessoa que está no Judiciário que tem causado muito mal a nós”, afirmou.

    Ele se referiu ao voto impresso como “uma segurança a mais”. “Isso não é atentar contra o Estado democrático de Direito, quem fala isso é um covarde”, afirmou.

    Em outra entrevista durante o giro por Alagoas, à rádio local Maragogi FM, o ex-presidente também atacou Lula e afirmou que “eles querem culpar as Forças Armadas, a mim, por uma tentativa de golpe, como se o Lula fosse defensor da democracia”.

    “Como pode um cara que bota tapete vermelho para o [ditador venezuelano Nicolás] Maduro, cujo país é uma ditadura e todo mundo sabe… […] Também se associa com a ditadura no mundo todo, como no Brics agora, que trouxe para dentro o Irã e está trazendo a escória do mundo.”

    Na live, ele voltou ainda a criticar as prisões pela invasão das sedes dos três Poderes em 8 de janeiro de 2023 e repetiu que vai concorrer em 2026, quando “a direita voltará fortalecida”, apesar de estar inelegível até 2030. “Querem culpar a direita. Acham que prendendo vai resolver, não vai, porque nós viemos para ficar”, disse.

    No início, ele ouviu de um apoiador para não desistir e repetiu, sorrindo: “Nós somos imbrocháveis”. Também brincou sobre comentário acerca do tamanho de sua barba. “Eu estou querendo me disfarçar para andar pelo Brasil”, disse.

    Plano Golpista

    Segundo investigação da PF, o plano de tomar o poder e manter Bolsonaro na presidência envolvia matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no fim de 2022.

    O documento com o planejamento dos assassinatos, batizado de “Punhal verde amarelo”, foi impresso no Palácio do Planalto pelo então número 2 da Secretaria-Geral da Presidência, general Mário Fernandes, que foi preso e indiciado. A investigação aponta que, em 16 de dezembro de 2023, o militar fez seis cópias do arquivo, o que, para os investigadores, indica que seriam distribuídas em uma reunião.

    Registros de entrada do Palácio da Alvorada do dia seguinte, 17 de dezembro, mostram que Mário Fernandes foi um dos visitantes da residência oficial da Presidência, onde Bolsonaro ficou recluso após perder as eleições para o presidente Lula. No mesmo dia, o ex-assessor especial Filipe Martins, que, segundo a delação de Cid foi um dos mentores de uma minuta golpista, também esteve no local no mesmo dia.

    Os militares presos na terça-feira são chamados de “kids pretos”, porque integravam as Forças Especiais do Exército. A investigação da PF indica que os kids pretos utilizaram conhecimento técnico-militar para planejar, coordenar e executar ações ilícitas durante os meses de novembro e dezembro de 2022.

    A defesa do ex-presidente tem dito que Bolsonaro “jamais compactuou com qualquer movimento que visasse a desconstrução do Estado Democrático de Direito ou as instituições que o pavimentam”. Na primeira manifestação após o indiciamento, Bolsonaro criticou Moraes em declaração ao portal Metrópoles. Em entrevista ao GLOBO há duas semanas, ele disse que houve debates sobre a decretação de um estado de sítio no país, mas afirmou que “não é crime discutir a Constituição”.

    Respostas de 2

    1. Nesse país há inversões de valores …os pilantras presos na Lava Jato , estão rindo e debochando da cara do povo honrado e justo que são maioria neste Brasil de meu Deus .

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