A instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre os atos antidemocráticos de 8 de janeiro em Brasília atrapalharia as investigações sobre o próprio caso, além de tirar o foco da tramitação de outras pautas no Congresso, afirmou o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Flávio Dino. Ele defendeu que a prioridade para o governo no Congresso é o avanço da reforma tributária e do arcabouço fiscal, classificados como “vitais para retomada dos investimentos, geração de emprego e crescimento”.
”O governo não tem nada a temer. O que nós temos é responsabilidade para entender que uma CPI neste instante pode atrapalhar as investigações, proteger terroristas e atrapalhar a pauta que interessa o País”, declarou o ministro, em entrevista à Globo News.
Dino acrescentou que já existem 1,2 mil ações criminais contra os autores dos atos antidemocráticos. “No que uma CPI nesta altura vai contribuir se as pessoas já estão sendo até mesmo processadas?”, questionou.
O ministro disse ainda que acredita na responsabilização de pessoas que ainda não foram alcançadas pelas investigações. Até aqui, já foram identificados executores, organizadores e financiadores. “Personagens ocultos ainda aparecerão”, afirmou. “São os articuladores políticos disso tudo”.
STF
Dino destacou também que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva é quem está conduzindo, pessoalmente, a escolha do indicado para a vaga aberta no Supremo Tribunal Federal (STF) com a aposentadoria do ministro Ricardo Lewandowski. “Lula está buscando um nome com visão democrática, coragem, condições técnicas e sensibilidade social”, comentou.
O ministro disse que é consultado pelo presidente a respeito de possíveis nomes e se haveria enquadramento nos requisitos constitucionais. “É um processo que vem sendo conduzido com discrição, moderação, ponderação, sem partidarismo, buscando nomes que engrandeçam o Poder Judiciário no Brasil”, acrescentou. Lula já disse que não tem pressa para definir o seu indicado para a Corte. (Estadão)