• Em nota, Márcio Jerry responde Brandão: “Faltou coerência e decência”

    O deputado federal Márcio Jerry (PCdoB-MA), em nota divulgada no fim da tarde desta quarta-feira(22), acusa o governador Carlos Brandão de ter “desrespeitado a palavra dada, descumprido compromissos e resolvido instituir um governo familiar e patrimonialista, num grave retrocesso”, ao entregar “o governo, na prática, ao comando de seu irmão Marcus Brandão”. O documento também cita “retrocesso na segurança pública, precarização dos serviços de saúde, abandono das rodovias estaduais e do programa Escola Digna”.

    Ainda segundo o texto, “a política democrática foi substituída pelo uso da máquina pública para cooptar, chantagear e coagir”, com o objetivo de consolidar “um projeto de poder familiar”. O deputado escreve que o governador “foi puxado pelo irmão ao território sujo da baixíssima politicalha, participando de um esquema de gravações clandestinas próprias de gangsterismo político”.
    Abaixo, a íntegra da nota de Jerry.
    Em política tem que ser ter coerência. E é também uma característica essencial da boa política respeitar a palavra dada e o compromisso assumido. Em 2022 o então vice-governador Carlos Brandão recebeu das mãos honradas e limpas do então governador Flávio Dino o comando do Maranhão no compromisso de dar continuidade ao ciclo de mudanças iniciado em 2015.
    Mas Brandão desrespeitou a palavra dada, descumpriu compromissos e resolveu instituir um governo familiar e patrimonialista, num grave retrocesso. Mais grave: entregou o governo na prática ao comando de seu irmão Marcus Brandão. E o pior: retrocesso na segurança pública, precarização dos serviços de saúde, abandono das rodovias estaduais, abandono do Escola Digna, entre outros graves problemas na gestão.
    O governo encerrado em 2022 jamais quis permanecer no comando da gestão. O que se quis, através do exercício político democrático, foi que o governo avançasse no ciclo virtuoso iniciado sob liderança de Flávio Dino.
    Como integrantes do núcleo político que elegeu Brandão governador, fizemos um esforço permanente em dialogar para manter coerência com o processo político e administrativo vitorioso em 2014. Os diálogos, contudo, foram escasseando na exata medida em que o governador Brandão se distanciava dos princípios de gestão republicana e acentuava o caráter familiar e despudoradamente patrimonialista.
    A política democrática foi substituída pelo uso da máquina pública para cooptar, chantagear, coagir e assim montar um projeto de poder familiar. Uma politicagem “insana, agressiva, utilizando-se até de chantagens e barganhas nada republicanas”. Esse processo infelizmente degradou a tal ponto que o próprio governador Carlos Brandão foi puxado pelo irmão Marcus ao território sujo da baixíssima politicalha participando de um esquema de gravações clandestinas próprias de gangsterismo político. Faltou coerência a Brandão, mas faltou também decência. Sairá do governo para o panteão de maior traidor da história politica do Maranhão.
    Márcio Jerry
    Deputado Federal

    Respostas de 3

    1. A nota de Márcio Jerry é o retrato mais acabado da hipocrisia política. Até ontem, ele exaltava Brandão como herdeiro do “projeto de mudanças” e partilhava com entusiasmo dos mesmos espaços de poder, (SECID, COLINAS, etc.). Agora, quando seus interesses e espaços foram contrariados, transforma o antigo aliado em inimigo, brandindo discursos moralistas que soam oportunistas. Fala em “coerência” quem sempre agiu por conveniência. Fala em “máquina pública” quem a usou fartamente. O rompimento, portanto, não nasce de princípios, mas da perda de influência. A coerência que Jerry cobra, ele mesmo nunca praticou. É o velho script da política maranhense travestido de indignação moral.

    2. Ora, se coerência e decência são os pilares da boa política, então o nobre deputado deveria começar liberando todos os cargos e indicações, não é mesmo? Afinal, só nomear não basta — tem que atender cada pedido com sorriso no rosto e terminar com um “sim, senhor!” bem ensaiado.

      Porque na lógica da nova moralidade, gratidão virou moeda de troca, e coerência… bem, ela só vale quando não contraria os interesses do grupo. O resto é discurso de ocasião, embalado com fita de conveniência.

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