• Flávio Dino defende diálogo com PSDB e diz que pretende ficar no PCdoB

    O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), defendeu em entrevista exclusiva ao Congresso em Foco um diálogo com o PSDB e o apresentador Luciano Huck para que seja construída uma frente ampla de oposição ao governo de Jair Bolsonaro.

    Nas últimas semanas, o governador do PCdoB esteve em São Paulo com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e com o governador Eduardo Leite (PSDB-RS). Dino também já participou de reuniões com Huck.

    “O intuito dessas visitas não tem nada a ver com eleições, nem agora nem no futuro, mas sim no enfrentamento dos temas da conjuntura, situações que estão postas e que dizem respeito a retrocessos em políticas culturais e sociais e a temática do desemprego muito agudo”, disse sobre as conversas com Leite e FHC.

    O governador não esconde as diferenças de pensamentos entre Huck e a esquerda, sobretudo na questão do papel do Estado na economia, mas ressalta que o apresentador da TV Globo representa um segmento importante da sociedade que pode ser interessante para a esquerda em eleições de segundo turno.

    “Conversar com ele é importante porque ele representa um segmento social, tem representatividade, está articulando em torno de si uma série de políticos, pensadores, economistas que pensam também na direção. Teremos agora em 2020 e também em 2022 muitas eleições em dois turnos, então você tem que ter diálogo com quem pensa diferente, porque amanhã você enfrenta o segundo turno e não pode ficar isolado, tem que ter amplitude. Eu me reuni com ele e reunirei outras vezes seguramente”, explicou.

    Na mesma linha de atrair outras forças políticas, Dino defende que o PCdoB mude de nome. Ele não descarta tirar o termo “comunista” da sigla. Ele acredita que essa discussão ocorrerá em 2021.

    PT
    Flávio Dino negou que pretenda se desfiliar do PCdoB para ser candidato a presidente pelo PT, mas admitiu a possibilidade de se fazer uma aliança com a sigla em 2022.

    “O nosso caminho natural é o de união com as forças progressistas, disputamos oito eleições presidenciais, 1989, 1994, 1998, 2002, 2006, 2010, 2014 e 2018, em unidade com o PT. É claro que é nosso caminho natural, agora caminho natural não significa dizer que é automático, é uma tendência, não quer dizer que não possa mudar de acordo com evolução do quadro”.

    Dino ressalta que,  antes de decidir sobre uma aliança, é necessário que as forças progressistas se unam em torno de uma candidatura. Ele mesmo não nega a possibilidade de ser candidato a presidente, mas afirma que só vai tomar a decisão em meados de 2022.

    “O que eu tenho dito é que essa união, esse caminho natural do PT com o PCdoB não é suficiente, não é negar a aliança com o PT, é dizer que ela é importante, mas não é suficiente para enfrentar o bolsonarismo e vencer as eleições, ou seja, tem que ampliar a partir desse núcleo PT, PCdoB e outros partidos do nosso campo político”.

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