O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse em entrevista à CNN dos Estados Unidos que poderá disputar a reeleição em 2026 contra um candidato de extrema-direita, mas que espera não ser necessário. Ele afirmou que essa deve ser uma decisão dos partidos que o apoiam.
“Se chegar na hora [em 2026] e os partidos entenderem que não tem outro candidato para enfrentar uma pessoa de extrema-direita, que seja negacionista, que não acredite na medicina, que não acredite na ciência, obviamente eu estarei pronto para enfrentar. Mas eu espero que não seja necessário. Espero que a gente tenha outros candidatos e que a gente possa fazer uma grande renovação política no País e no mundo”, declarou ele.
O presidente gravou na quinta-feira uma entrevista com a jornalista Christiane Amanpour, da CNN. A entrevista foi ao ar na tarde desta sexta.
“Eu tenho o compromisso de entregar esse país com economia equilibrada, menos desemprego. Vou deixar para pensar 2026 em 2026. Tem vários partidos que me apoiam, vou discutir isso com muita seriedade e sobriedade. Então, se chegar na hora e os partidos resolverem que não têm nenhum outro candidato para enfrentar uma pessoa da extrema-direita, negacionista, obviamente estarei pronto para enfrentar. Mas espero que não seja necessário. Espero que a gente tenha outros candidatos e que possa fazer uma grande renovação política no país e no mundo”, disse Lula em entrevista à CNN.
O petista também afirmou que escolher um candidato jovem para competir o pleito não irá “resolver o problema”:
— Governar não é praticar esporte, ou seja, não é o problema da juventude que vai resolver o problema da governança. O que vai resolver o problema da governança é a competência do governante, é o compromisso do governante, é a cabeça do governante, é a saúde e os compromissos do governante.
Lula ainda minimizou a relação entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e Trump, ao ser questionado se a proximidade entre os dois poderá influenciar o ex-presidente a concorrer em 2026.
— Ele era presidente e eu o derrotei — respondeu. — Se ele (Bolsonaro) estava apoiando o Trump, ele não tem voto nos Estados Unidos.
Lula também afirmou que ele e o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, precisam ter uma convivência “civilizada”. Segundo ele, divergências entre chefes de Estado são superadas pelos interesses de Estado.
Além disso, o petista defendeu a taxação dos super-ricos. Lula afirmou esperar que o bilionário Elon Musk, dono do X (antigo Twitter) trate os países com respeito. E também criticou Israel por seus ataques ao território palestino depois dos atentados do Hamas.