• Lula diz que ‘vai mostrar’ para Bolsonaro que ‘quem está na presidência só perde uma eleição se for incompetente’

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira que “vai mostrar” para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que “quem está na presidência só perde uma eleição se for incompetente”. A declaração ocorreu em entrevista à rádio Itatiaia, em Minas Gerais, onde o petista faz ofensiva nesta semana e visita as principais cidades governadas pelo partido no estado.

    — Se eu derrotei ele quando eu era oposição e ele, situação, imagina agora que eu sou situação e ele, oposição. Vou mostrar para ele que quem está na presidência só perde uma eleição se for incompetente — disse Lula.

    O ex-mandatário está inelegível até 2030 por decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), mas alimenta esperança de reverter a medida.

    “Eu não veto candidato adversário. Se ele conquistar [a reversão da inelegibilidade], que seja. Se eu derrotei ele quando eu era oposição e ele situação, imagina agora. Vou mostrar para ele que quem está na Presidência [da República] só perde a eleição se for incompetente”, disse Lula em entrevista à rádio Itatiaia.

    Questionado se irá tentar reeleição em 2026, Lula disse ser um “jovem de 78 anos”, mas alegou ser “cedo” para confirmar se vai concorrer. O presidente ressaltou que a “única hipótese” de candidatura seria se “todos os indicadores” mostrarem que ele é a “única pessoa para derrotar o facismo, a extrema direita”.

    — Não terei problema de ser candidato, mas espero que até lá a gente arrume uma pessoa mais competente, mais jovem, com mais disposição. Trabalhar mais do que eu duvido que aconteça — afirmou o presidente.

    Na entrevista, Lula se posicionou contra a anistia dos condenados pelo 8 de janeiro, defendida por Bolsonaro, e ressaltou a existência de foragidos na Argentina. Propostas de anistia já foram apresentadas no Congresso.

    — Briguei muito para ter anistia no Brasil, mas, nesse caso, não descobrimos ou punimos todo mundo. (Ainda) estamos procurando gente, financiadores. Temos mais de 165 pessoas na Argentina, das quais acho que 39 estão condenadas. Estamos discutindo para essas pessoas voltarem para o país para darmos a eles a lição que merecem — disse o petista.

    Sobre os pedidos de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro, Lula disse não se pode precipitar a discussão. O presidente afirmou que não é contra a anistia, mas que é preciso terminar de apurar todas as suspeitas e que nem todos os envolvidos foram punidos.

    “Precisamos terminar de apurar todas as denúncias do 8 de janeiro. Quando tiver todo mundo processado, ou livre de processo, aí tudo bem, podemos perdoar pessoas que estão presas há muito tempo. Anistia é para isso. Passei parte da minha vida brigando pela anistia e não vou ser contra, mas nesse caso eles nem foram condenados ainda. A gente ainda nem sabe sobre todos que praticaram o golpe. É preciso que a sociedade saiba quem tentou dar o golpe nesse país”, disse Lula.

    “Estamos vendo para essas pessoas voltarem para o Brasil, para dar o que elas merecem”, acrescentou. “Mostrar para elas o que é bom. Temos que apurar todas as denúncias, aí tudo bem, você pode perdoar. Não vou ser contra anistia, mas nesse caso eles nem foram condenados ainda.”

    O presidente visita Minas Gerais nesta quinta e sexta-feira em uma estratégia para turbinar pré-candidaturas aliadas para a eleição municipal de outubro. As visitas abrangem as duas principais cidades mineiras comandadas pelo PT, Contagem e Juiz de Fora, para anunciar iniciativas do governo federal.

    A iniciativa acontece poucos dias antes do prazo, definido pela lei eleitoral, em que candidatos ficam proibidos de participar de inaugurações ou de anúncios de obras públicas.

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