A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro afirmou na manhã deste sábado que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino “fez chacota” de sua fé enquanto esteve à frente do Ministério da Justiça. A mulher do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) atribuiu a ele a responsabilidade do nome dado à operação da Polícia Federal no caso das joias. Deflagrada em agosto passado, a ação foi batizada com o nome de um versículo da Bíblia – Lucas 12:12 -, que diz que “não há nada escondido que não venha a ser descoberto, ou oculto que não venha a ser conhecido “.
— E muito cuidado com os versículos que vocês (aliados do governo) trazem a existência, assim como Dino homenageou a operação das joias com Lucas 12:2, querendo fazer chacota com a minha fé. “Tudo que está em oculto será desvendado”, com certeza — disse Michelle Bolsonaro.
Apesar da Polícia Federal pertencer à estrutura do Ministério da Justiça, a função da pasta é fiscalizar abusos de poder, sem opinar em inquéritos ou investigações. Sendo assim, uma interferência, como Michelle acusa sem provas, não é permitida por lei. O nome das ações são costumeiramente escolhidos pelos agentes da corporação.
Em seguida, a ex-primeira-dama alfinetou o presidente Lula (PT), com o mesmo versículo da operação:
— Quantas coisas estão sendo desvendadas porque está sendo gerado no mundo espiritual. Nos acusam de usar a fé, de falar o nome de Deus em vão, só porque tem tanto medo de Deus porque a palavra do senhor é viva e liberta. Tem medo de Deus porque somente Deus e o Espirito Santo convencem, de abrir os olhos e os ouvidos — afirmou.
Ao falar de “coisas desvendadas”, Michelle se refere aos 261 móveis do Palácio do Alvorada que Lula chegou a sugerir que teriam sido levados por Bolsonaro. Este mês, contudo, os objetos foram encontrados pela Presidência. Assim como em outro evento recente, a ex-primeira-dama afirmou que “não se encontra o que não se perdeu”.
As declarações foram dadas neste sábado em evento do PL Mulher em Maceió, capital de Alagoas. Na solenidade, o ex-presidente Jair Bolsonaro marcou presença e discursou ao seu final.
Além de afirmar que não há projetos positivos no governo federal, Bolsonaro criticou os ministros de Lula e fez elogios ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
— O presidente da Câmara, Arthur Lira, foi essencial nessa redução dos impostos federais dos combustíveis, bem como em outras negociações para a gente achar recurso a questão do bolsa família. Então o que eu quero dizer com isso: eu agradeço Arthur Lira por seu trabalho, tem críticas, é natural, eu também tenho criticas, mas ninguém faz nada sozinho. (O Globo)