• Segundo a PF, Bolsonaro mandou tirar prisão de Gilmar e Pacheco de minuta do golpe e deixar só Alexandre de Moraes

    No auge das discussões para a preparação do golpe que redundou na invasão das sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2022, o ex-presidente Jair Bolsonaro pediu aos assessores que alterasse a minuta do golpe para retirar a ordem de prisão do ministro do Supremo Gilmar Mendes e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e mantivesse no texto apenas a prisão do ministro Alexandre de Moraes.

    A informação foi fornecida aos investigadores da PF pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que fez acordo de delação premiada.

    De acordo com a PF, a minuta foi redigida e apresentada a Bolsonaro pelo então assessor especial da Presidência Filipe Martins, numa conversa em novembro de 2022.

    Diz o relato da PF a respeito do episódio: “O então presidente Jair Bolsonaro teria solicitado a Filipe Martins que fizesse alterações na minuta, tendo o mesmo retornado alguns dias depois ao Palácio do Alvorada e alterado o documento conforme solicitado. Após a apresentação da nova minuta modificada, Jair Bolsonaro teria concordado com os termos ajustados e convocado uma reunião com os Comandantes das Forças Militares para apresentar a minuta e pressioná-los a aderirem ao Golpe de Estado”.

    A reunião com os comandantes em que se discutiu a tentativa de golpe aconteceu em 28 de novembro de 2022 e foi confirmada pela PF com registros do Palácio do Planalto e mensagens de celular não só de Mauro Cid como de outros investigados.

    Por sua participação no episódio, Filipe Martins teve a prisão preventiva decretada na operação de hoje, assim como três outros auxiliares de Bolsonaro, todos miitares: o major Rafael Martins, das forças especiais e os coronéis Marcelo da Costa Câmara e Bernardo Correa Neto. Desses, só Corrêa Neto ainda não foi preso, pois está nos Estados Unidos fazendo um curso.

    O ministro do Supremo Alexandre de Moraes também determinou a suspensão dos militares de suas funções nas Forças Armadas. (O Globo)

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