Na polarização acirrada entre os parlamentares a favor e os contrários à anistia aos presos de 8 de Janeiro, há 43 deputados que impõem um limite aos benefícios que podem ser concedidos.
Eles são favoráveis à extinção ou redução das penas dos envolvidos nos atos golpistas, mas, ao mesmo tempo, se posicionam contra a ampliação do alcance da medida para o ex-presidente Jair Bolsonaro e as outras 33 pessoas denunciadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por tentativa de golpe de Estado. É o que mostra o Placar da Anistia do Estadão, levantamento exclusivo em que é possível identificar como cada um dos 513 deputados se posicionam sobre o tema.
O deputado federal maranhense bolsonarista Aluisio Mendes(Republicanos) é um deles.
“Perguntaram-me se eu votava a favor da anistia, eu disse que votava, e me perguntaram se o meu voto seria também para abranger anistia ao presidente Bolsonaro. Eu disse que nesse momento não havia necessidade de anistia ao presidente Bolsonaro porque ele não era condenado por nada, mas que caso fosse condenado eu acredito que dependendo do tipo de processo, eu também concordava com a anistia para ele”, explicou Aluísio.
Para a pergunta se a anistia deveria também beneficiar Bolsonaro e outros 33, pelo menos 105 responderam que sim. Outros 159 disseram não. Cruzando o resultado das respostas a essa questão com a pergunta sobre ser ou não favorável ao projeto da anistia para os extremistas do 8 de Janeiro, surge o grupo de 43 parlamentares. Esses dizem “sim” para anistia dos condenados por atos golpistas, mas declaram “não” em dar o benefício ao ex-presidente e outros denunciados com ele no STF.
Bolsonaro e seus aliados foram denunciados pela PGR por tentativa de abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de Estado, organização criminosa armada, dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima; deterioração de patrimônio tombado.
O Supremo Tribunal Federal (STF) começa a julgar nesta terça-feira, 25, o núcleo 1 da trama golpista, do qual fazem parte Bolsonaro e outros sete denunciados. Os ministros da Primeira Turma da Corte vão decidir se aceitam a denúncia da PGR e convertem o processo em “ações penais”. Caso isso aconteça, os acusados se tornarão réus.