A possibilidade de Lula (PT) indicar o ministro da Justiça, Flávio Dino, para o Supremo Tribunal Federal (STF) intensificou no PT o debate sobre eventual candidatura dele à Presidência da República.
O partido se dividiu: uma ala acredita que, indo para o STF, Dino deixa para trás qualquer plano que teria de suceder Lula. O que seria excelente para a legenda, que pretende disputar a sucessão do atual presidente na cabeça de chapa assim que ele decidir não disputar mais eleições.
Outras lideranças da legenda apostam no contrário: como ministro da Corte, Dino ocuparia um dos cargos de maior poder da República, ganhando visibilidade até maior da que já tem no debate nacional. E seu nome seguiria forte no páreo da sucessão.
Em todas as hipóteses, Dino teria tranquilidade: caso Lula seja candidato à reeleição em 2026, ele poderia ficar mais quatro anos no STF esperando a vez de então se candidatar à sucessão do petista, em 2030.
Se o atual presidente não quiser disputar em 2026, o que é considerado altamente improvável, ainda assim Dino poderia deixar a Corte daqui a quase quatro anos para se lançar candidato, se o quadro político fosse favorável a ele.
Caso nada disso aconteça, e os ventos da política impulsionem a candidatura de outra liderança, como, por exemplo, Fernando Haddad, o atual ministro da Justiça poderia ficar por tempo indeterminado no STF, onde manteria poder e prestígio.
Como a coluna revelou em julho, o nome de Dino para o Supremo foi levado a Lula pelo ministro Alexandre de Moraes. (Folha de SP)