• Sarney foi o político mais próximo de Irmã Dulce

    Ela conviveu com presidentes da República de diferentes épocas, de Eurico Gaspar Dutra (1946-1951) a Fernando Collor (1990-1992). Com sua persistência, teimosia e senso de oportunidade, transformou essas relações em um dos principais pilares de seu trabalho social.

    Entre a atuação solitária junto a pobres e doentes nas favelas de Salvador e a consolidação de um complexo que faz atualmente 3,5 milhões de atendimentos por ano, Irmã Dulce (1914-1992) precisou gastar muita saliva para angariar apoio financeiro entre políticos e empresários.

    A freira será canonizada no domingo (13), em cerimônia chefiada pelo papa Francisco, no Vaticano, após ter dois milagres reconhecidos pela Igreja Católica. Ela será a primeira santa brasileira.

    Sua relação mais próxima com políticos foi com José Sarney, que patrocinou a indicação da freira para o prêmio Nobel da Paz em 1988.

    Em entrevista ao jornalista Graciliano Rocha, autor da biografia “Irmã Dulce, a Santa dos Pobres” ​, o empresário Norberto Odebrecht deu a dimensão da proximidade entre Irmã Dulce e Sarney ao relatar uma conversa sua com o ex-presidente. “Aquela mulher é uma santa, Norberto. O que ela pedir eu dou”, afirmou Sarney, segundo relato do empreiteiro.

    Além de recursos para a construção de uma nova ala do hospital gerido por Irmã Dulce, Sarney ainda deu o contato do telefone direto da sua mesa, para que a freira falasse com ele sem interlocutores.

    Ao presidente Irmã Dulce fez sua única homenagem a um político: batizou a nova ala do hospital com o nome de José Sarney —isso em uma época na qual o presidente enfrentava uma grande impopularidade.

    Da mesma forma que Irmã Dulce conseguia doações e verbas por meio de presidentes e governadores, os políticos se valeram de sua influência. Mas, em geral, a freira não fazia lisonjas a políticos nem gostava quando eles usavam seu nome para atrair eleitores.

    A cerimônia de canonização da Irmã Dulce, marcada para o próximo domingo (13) no Vaticano, contará com a presença de diversas autoridades brasileiras. A comitiva tem quase 40 nomes e embarcou nesta quinta-feira (10) para Roma sob o comando do vice-presidente Hamilton Mourão, que é o ministro-chefe da delegação brasileira. Confira quem mais foi a Roma.

    Além de Mourão, integram a comitiva oficial que representará o governo brasileiro no Vaticano o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP); o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ); o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli; o procurador-geral da República, Augusto Aras; o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta; o embaixador do Brasil na Santa Sé, Henrique Sardinha Pinto; o prefeito de Salvador, Antônio Carlos Magalhães Neto (ACM Neto); e o ex-senador José Sarney.

    A lista de representantes brasileiros, contudo, também conta com mais de 20 parlamentares. Integram a comitiva oficial de Rodrigo Maia, por exemplo, os deputados André Fufuca (PP-MA) e o senador Roberto Rocha (PSDB).

    2 respostas

    1. Esse sim é um verdadeiro político ele merece participar da cerimônia de irmã Dulce pois tinha uma relação de amizade mais próxima coisa que ela não teve com outros políticos

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