Mais de cem competidores de 22 estados do Brasil participaram de uma disputa acirrada para eleger o melhor bombeiro do Brasil. Durante toda a quarta-feira (13), os bombeiros revezavam-se nas etapas do concurso, que contou com cinco categorias, nas versões feminino e masculino cada. A competição integra a programação do XIX Seminário Nacional de Bombeiros (Senabom), realizado de forma inédita no Maranhão este ano.
O bombeiro Bernardo Viegas, de 40 anos, participa da prova desde 2014. Ele foi campeão regional de provas como esta em 2014 e 2015 e, em 2016, já no Senabom, conquistou a segunda posição. Em 2017, ele foi terceiro colocado, e, em 2018, finalmente ocupou o lugar mais alto do pódio. Foi o campeão da última edição e repete a façanha este ano com o tempo mais baixo já visto neste circuito: 1’22”.
“A prova é muito interessante, porque a gente tem a convicção da necessidade de manter o pleno desempenho físico e técnico, porque o bombeiro não tem que sair sozinho de uma situação de risco. Ele tem que sair e levar uma outra pessoa. Então a gente encara isso com muita responsabilidade. Levo essa competição muito a sério e por isso conseguimos um nível técnico competitivo para chegar aqui e representar bem a minha corporação, que é o CBMDF”, afirmou o Bombeiro de Aço. Na disputa feminina a campeã foi a bombeiro Mônica Barbosa Rodrigues, do Goiás, tricampeã da prova feminina, com o tempo de 2’15”.
O comandante geral do Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão (CBMMA), coronel Célio Roberto de Araújo, explica que esta é uma prova tradicional e de muita competitividade entre as corporações, testando a performance do bombeiro em sua integralidade. “Esta prova demonstra o potencial do bombeiro em ocorrências reais, porque exige dele habilidades como força, assertividade e a velocidade necessária para o salvamento de vítimas ou extinção de incêndio, por exemplo”, explica o comandante do CBMMA.
Conheça a prova
Para receberem o título Bombeiro de Aço, os campeões tiveram de cumprir um complexo circuito, composto de quatro etapas com obstáculos e montado no estacionamento do Multicenter Sebrae. Após cruzarem a linha de chegada, geralmente, os competidores demonstram exaustão pelo esforço exigido.
A primeira fase da prova foi a subida na torre, em que o militar com o Equipamento de Proteção Individual (EPI) sobe lances de escadas, realiza um içamento de mangueira de 12kg e posterior descida da torre. Após esta etapa, o bombeiro simula uma entrada forçada. Com uma marreta, o competidor desloca um peso em uma estrutura denominada Kaiser Force Machine, como se estivesse abrindo um local fechado para resgate. Ele percorre 40 metros de slalow (curvas sinuosas), popularmente chamado de corrida em zig zag.
Na fase de extinção de incêndio, o atleta precisa executar o arraste de uma mangueira e usar o esguicho para conter o fogo. A etapa final da prova é o resgate de vítima inconsciente. Nela, cada bombeiro arrasta um manequim de 80 quilos por um percurso de 30 metros até a linha de chegada.
Número recorde de inscritos
A quantidade de inscritos é a maior registrada nas últimas edições – a prova deste ano conta com mais do que o dobro de inscritos em 2018. Na última edição, realizada em Foz do Iguaçu (PR), havia uma disputa entre todos os bombeiros, com a segmentação apenas por sexo. Ao todo, 43 bombeiros participaram da prova no Paraná. Este ano, 102 estão inscritos.
De acordo com o diretor da prova, coronel Francisco dos Anjos, uma das inovações desta edição foi a divisão da prova por categorias, conforme faixa etária. Foram cinco categorias, disputadas tanto no masculino como no feminino: de 18 a 30 anos, de 31 a 35 anos, de 36 a 40 anos, de 41 a 45 anos e acima de 45 anos. A prova tornou-se mais inclusiva, contemplando também bombeiros civis e militares da reserva. Serão 22 estados com representantes na disputa pelo título de “Bombeiro de Aço”. “Nossa alegria é que alguns estados que antes não tinham representante, este ano estarão em nossa cidade. A grande novidade foi o sistema de categorias por faixa etária, totalizando cinco categorias”, ratifica o diretor da prova.
É o caso do bombeiro civil Marcos Wolf, de 62 anos, superou as adversidades, realizou todas as etapas e concluiu a prova com sucesso. “Isso é para mostrar que todos têm condições de competir, não importa a idade. É uma prova incrível, foi um desafio, venho me preparando e com mais de 60 anos, sou considerado para muitos, idoso, mas isso para mim é só um número. Isso é para dar incentivo a essa garotada, da importância da superação. Sou o único representante do Piauí aqui na prova”, ensinou Wolf.
O Senabom
O Seminário Nacional de Bombeiros é realizado anualmente e tenciona capacitar corporações de todo o país, com discussões acerca de temas pulsantes no cenário da segurança nacional, mais especificamente prevenção e resgate. Este ano, de forma inédita, o Senabom foi sediado na capital do Maranhão, São Luís, e conta com uma extensa programação de palestras, apresentação de trabalhos científicos e provas técnicas. Destaque para o Campeonato Nacional de Salvamento Aquático e a Certificação de Cães.