• Maranhão teve o pior número de doenças relacionadas ao saneamento inadequado

    Um estudo divulgado nesta quarta-feira (19) comprovou o tamanho de um dos maiores desafios para o Brasil: a falta de saneamento básico causou a internação de mais de 300 mil cidadãos em 2024.

    O caminho da água que abastece alguns moradores de Heliópolis é tortuoso. Começa em um gato e segue com emendas cruzando córregos, ziguezagueando por muros, subindo paredes. Já o que leva os dejetos para fora das casas é bem mais direto: do cano na parede do banheiro para dentro do córrego a cada descarga. Essa arquitetura do improviso ou da necessidade resolve um problema imediato dos moradores, mas vai espalhando pelo bairro um problema ainda maior: de saúde.

    “Diarreia, tem 15 dias que ela teve diarreia. Duas vezes já dentro de um mês. Ela tem 10 anos. E aí teve na minha família também crianças pequenas de 7, de 8. E adulto também o mesmo tipo também”, conta a dona de casa Josilene Quirino Alves.

    O levantamento do Instituto Trata Brasil mostra que diarreias, verminoses, doenças de pele e as causadas pela proliferação de mosquitos, como dengue e chikungunya, internaram 344 mil brasileiros só em 2024. A melhora do saneamento no Brasil se arrasta. Em 16 anos, no período de 2006 a 2022, o abastecimento de água tratada cresceu apenas 4,6 pontos percentuais. A coleta de esgoto avançou 1 ponto percentual por ano. O tratamento de esgoto nem isso: 14 pontos percentuais em 16 anos. E o Brasil chegou a 2025 com quase metade da população sem coleta ou tratamento de esgoto.

    “Nós investimos R$ 111 por ano por habitante em saneamento básico e deveríamos estar investindo R$ 231 por ano por habitante. E por que é um investimento? Porque é um investimento que vai reduzir custo com saúde. Esse estudo desenvolvido pelo Trata Brasil aponta que nós gastamos, em 2024, R$ 174 milhões com as internações por doenças associadas à falta do saneamento básico”, afirma Luana Pretto, presidente-executiva do Instituto Trata Brasil.

    O saneamento revela contrastes abissais no Brasil: 4 milhões de brasileiros não têm banheiro. Na comunidade indígena, a 45 minutos do Centro de São Paulo, sete banheiros chegaram tem um ano, com a ajuda de uma ONG, para atender as 16 famílias.

    “Ajuda quando está chovendo assim. Não saber para onde vai para usar banheiro. Quando tem banheiro assim a gente sabe, pega guarda-chuva e vai”, diz Neusa de Quadro Poty, liderança da Tekoa Pindo Mirim.

    O Maranhão teve o pior número de doenças relacionadas ao saneamento inadequado, com retratos de como vivem 100 milhões de brasileiros.

    “Nós estamos precisando de água potável. Acho que nunca vi tanta criança doente como está tendo agora”, afirma Eudilene Conceição, autônoma.

    “É triste, triste. Porque todo mundo é uma tristeza total. É dengue e chikungunya… É muita doença que tem aqui”, conta Francisca Santos, autônoma.

    A Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão informou que faz investimentos significativos para garantir a saúde e a qualidade de vida da população; e que beneficia hoje 1.215.800 famílias no estado.

    Veja AQUI a íntegra da reportagem exibida no Jornal Nacional

    Respostas de 3

    1. Enquanto pão e circo forem a prioridade, saneamento básico, segurança, saúde, educação, emprego e renda ficam para depois. Vai continuar tudo como antes no “Quartel em Abrantes”!

    2. Temos um governador ruim. O programa MAIS IDH que entregava kits sanitários, banheiro etc, ele encerrou e não se ouve mais falar. Esse programa visava combater isso. Também tinha programas como zero palafitas entre outros. Temos no governo um gestor ruim. #FORABRANDÃO E seu projeto de OLIGARQUIA familiar.

      Flávio Dino foi um excelente governador. Você nem parece que foi vice dele.

    3. O governador Carlos Brandão não faz nada. Os programas estratégicos do Flávio Dino ele acabou. Péssimo GOVERNADOR

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